Pés sustentáveis

Cada vez mais vejo nas ruas de Goiânia gente "preocupada" com o planeta. Isto é, virou moda usar no vestuário peças sustentáveis aqui em Goiás - e no mundo também. Basta olhar para os pés dos mauricinhos de plantão para perceber que eles "abraçaram" essa ideia. Todos usam o hit da estação: o tênis sustentável da Osklen.

Muitos já ouviram falar dessa grife, que tem toda sua produção preocupada com as questões sócio-ambientais. Essa marca identifica e cataloga tecidos e materiais que respeitam critérios de desenvolvimento sustentável, considerando o impacto da matéria-prima e do processo produtivo no meio ambiente e as relações éticas com a comunidade e os colaboradores.

O fato é que toda essa preocupação com o meio-ambiente se camufla por detrás de objetos de consumo de altísimo custo. por um tênis da Osklen, por exemplo, chega a ser cobrado quase R$ 500. E outra: será que realmente os compradores dessa etiqueta estão interassados nas questões ambientais? Essa é uma questão difícil de ser respondida.


Modismo ou não, o meio ambiente agradace. O tênis acima, inclusive, é feito de couro de peixe. Quem imaginaria usar um calçado que tem a tilápia - geralmente usada para consusmo e que, até então, tinha sua pele descartada - como matéria prima? E o diferencial não para por aí. O solado é de látex natural da Amazônia, que beneficia 460 famílias de seringueiros que são instruídas à preservação ambiental em um projeto da Universidade de Brasília (UNB).

Sustentabilidade norte-americana - Até a poderosa Nike criou um tênis, em parceria com o jogador de basquete e ambientalista norte-americano Steve Nash, totalmente produzido com lixo industrial: o Trash Talk, feito de restos de couro e material sintético recolhidos do chão da fábrica e de sobras de espuma e restos de borrracha que geralmente iriam para o lixo. A coleção, lançada no ano passado, era limitada e já está esgotada. A sustentabilidade custava 100 dólares, cerca de R$ 200. Comparado com os demais tênis da empresa, bastante caro: o Nike Shox, por exemplo, não passa dos 50 dólares na terra do Tio Sam.


De fato, as empresas se mostram cada vez mais "preocupadas" com a questão ambientalista. Talvez por terem percebido que esse é um mercado atrativo. Mas, independente de qual seja a intenção - comercial ou ambiental -, o resultado final é excelente para o Planeta. A saída, porém, é tornar a sustentabilidade mais barata para que todos possam ter acesso a esse produto. Mesmo assim, acredito que vale a pena pagar um pouco mais por algo ecologicamente correto para que o meio-ambiente não "pague o pato" e para que a humanidade não arque com os prejuízos.