Começa hoje a 5º Semana Nacional dos Alimentos Orgânicos promovida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal. Com o lema “Entre para o Mundo da Vida Saudável. Prefira Alimento Orgânico", o evento, que vai até o dia 31, tem como objetivo conscientizar a sociedade e incentivar o consumo desses alimentos no país.
Em Goiás, a programação de comemoração da Semana inclui uma palestra com o ator Marcos Palmeiras. Produtor e adepto da alimentação orgânica, ele estará nesta sexta-feira, dia 29, no auditório Augusto Gontijo do Parque de Exposições Agropecuária de Goiânia a partir das 8h30.
A alimentação orgânica é considerada hoje um dos grandes aliados na busca não só de boa forma física mas, também, de melhor qualidade de vida. Segundo dados do Programa de Desenvolvimento da Agricultura Orgânica (Pro Orgânico), pertencente ao Mapa, o Brasil possui atualmente cerca de 15 mil produtores adeptos deste novo tipo de agricultura. Diferentemente do padrão convencional, ela prioriza a auto-sustentação da propriedade agrícola, a integridade cultural dos agricultores, a biodiversidade, além da saúde ambiental e humana.
Isentos de insumos artificiais, como adubos químicos e agrotóxicos, os alimentos orgânicos possuem, em geral, valor nutricional superior aos da agricultura convencional em razão do cultivo em solos mais equilibrados e ricos em nutrientes. Além disso, a ausência de inseticidas e herbicidas diminui os riscos de intoxicação e aumenta a durabilidade dos alimentos, já que a ausência de insumos artificiais mantém as características organolépticas originais dos produtos por mais tempo.
Os custos, entretanto, continuam a ser um problema para a agricultura orgânica. Embora muitos defendam que o sobrepreço é justo considerando os benefícios sociais e ambientais que os orgânicos promovem, considero que ainda é preciso conseguir meios e políticas capazes de igualar os custos desses alimentos com os da agricultura convencional.
Hoje, muitos produtores ainda recorrem às feiras e vendas diretas como forma de comercializar seus alimentos, já que o grande circuito – dos supermercados, por exemplo - ainda não oferece condições de venda para os orgânicos. Nesse sentido, a nutricionista Elaine de Azevedo, em “Alimentos Orgânicos: ampliando os conceitos de saúde humana, ambiental e social”, destaca que a inserção da alimentação orgânica em escolas e hospitais da rede pública seria uma excelente forma de contribuir não só para fortalecimento do setor, como para a conscientização dos próprios consumidores.
Santa Catarina foi pioneira nesse tipo de ação. Em São Miguel do Oeste, por exemplo, a Lei 4.981 de 2002 determinou que o poder executivo municipal deve fornecer hortigranjeiros de origem orgânica na merenda de todas as unidades escolares do município. Uma excelente forma de instruir nossas crianças sobre alimentação saudável e ajudar na consolidação do setor.