segunda-feira, 15 de junho de 2009

Cultura pra quem?


Li neste final de semana, no Magazine TV, do jornal O Popular, um comentário do ator Caio Blat que realmente merece o post de hoje. Ao falar sobre o fato de ter atuado como protagonista de novela uma única vez, ele afirmou “Não preciso do status de principal [...]. Só quero distribuir meu trabalho de maneira acessível à população. Nesse sentido, o cinema e o teatro ainda me entristecem.”. A repórter quis saber por quê.

“Fui uma criança e jovem que teve tantas oportunidades na vida, queria ver o mesmo ao redor. Pude estudar, fazer uma faculdade, optar por uma carreira artística. E, hoje, os filmes que faço com o dinheiro público são mostrados no cinema por um preço alto. Sobre a questão da pirataria, sou totalmente a favor de distribuir DVDs a preços populares. A pirataria é um sintoma da falta de acesso das pessoas à cultura. Várias produções são feitas com incentivo fiscal, dinheiro público, através de uma política cultural. E, no momento em que ficam prontas, tornam-se produtos de mercado. Quando chega ao cinema, a pessoa tem de pagar 20 reais. Com isso, você exclui o acesso à arte da maior parte da população [...].”

O comentário do ator dispensa os meus comentários. No mês passado, discutia-se justamente, em um post aqui no blog, a análise social que a questão da pirataria merece. Para completar, um número interessante: segundo dados do 16º Boletim Políticas Sociais, divulgados no fim do ano passado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes, ou seja, 4% do total, concentram cerca de 74% do consumo cultural do país.

Reflitam.

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